terça-feira, 24 de agosto de 2010

São Paulo, ó meu São Paulo...

Embarcamos para São Paulo no aeroporto Santos Dumont. E no voo fui pensando há quanto tempo não ia lá: uns cinco anos. Nem acreditei... Houve tempo em que ia a Sampa para almoçar e voltava, tantos eram os eventos de trabalho! Agora, estávamos indo eu, Tania Cozzi e Iduína Mont'Alverne para o lançamento de nosso livro com Helena Chompré - que foi nos encontrar lá - Posso ler, posso pensar - leitura em construção, na Bienal. Foi nossa segunda Bienal em São Paulo. A outra, fazem 25 anos, para o lançamento de nossos primeiros livros, a coleção Beto e Bia. Parece que foi ontem...


Chegamos, deixamos nossas malas, e pegamos um táxi para o Shopping Cidade Jardim, que eu ainda não conhecia. Que luxo! O motorista nos contou que Mike Jagger comprou a cobertura de um dos prédios que fazem parte do complexo. Todo aberto, com ilhas verdes decoradas com móveis de palha, as lojas, divinas, de Chanel a Armani, de Daslu a Vuitton. Conferimos tudo e fomos para a Livraria da Vila, uma coisa de linda, enorme, super bem arrumada, e cheia! Vendedores muito atenciosos e sala imensa, só para a literatura infantil e seus pequenos leitores. E não é que encontramos à venda lá todos os nossos livros?





Com a alma devidamente alimentada, rumamos para o restaurante de Olivier Anquier, o Entrecôte de Ma Tante. Todo envidraçado, com mosaicos de azulejos antigos, cadeiras laqueadas de vermelho combinando com os focos de iluminação e um grande bar colocado bem no meio, tem um ambiente tão delicioso quanto a comida. O prato é único, o entrecôte da tia Nicole, de Olivier, com um molho que nem consigo definir, de tão bom, batatas fritas sequinhas servidas à vontade, antecedido por um salada verde com tempero no ponto. Escolhemos um vinto tinto francês para acompanhar e ficou perfeito. De sobremesa, uma mousse de chocolate como nunca provei. Vem num prato redondo, grande, de vidro, com pé, e é servido em colheradas. Duas colheres bem cheias fazem uma porção. O dono, Olivier, apareceu e foi de mesa em mesa, um hábito simpático que repete sempre que está em Sampa (ele conosco à mesa e o bar). Vale a pena anotar o endereço, para quando for a São Paulo: Rua Mario Ferraz, 17, esquina com Tucumã.



O café da manhã foi na confeitaria Bella Roma, perto de nosso hotel. Com flores junto à janela. Aliás, como estavam lindas e floridas as azaleias paulistas...


No Pacaembu, curtimos o Museu do Futebol, um barato! Revimos lances maravilhosos, relembramos a história, nos sentimos participantes das maiores torcidas, aprendemos termos novos e nos emocionamos com a foto e a voz do pai de Tania, 'tio' Oduvaldo Cozzi, narrando gol do Brasil. Este é mesmo o país do futebol!


A próxima parada, o Museu da Língua Portuguesa, teve especial significado para nós, mulheres de palavra. Como é interessante relembrar a origem das palavras, a evolução da língua, brincar de montar palavras no beco das letras, e se emocionar com a beleza de nossa língua, última flor do lácio, inculta e bela, dita por quem sabe - Fernanda Montenegro, Matheus Nastergale - e escrita por quem escreve como ninguém - Fernando Pessoa e seus heterônimos, Guimarães Rosa, Gregório de Matos, Carlos Drummond de Andrade.
Foi só atravessar a rua e estávamos na Pinacoteca do Estado, um prédio fantástico, curtindo a exposição do Ouro pré-colombiano.
Fizemos um lanche na cafeteria da Sala São Paulo, onde fomos comprar ingressos para sábado, e dali seguimos para a Rua Bem te vi, comprar sapatos na Shoestock. Era lançamento de coleção e ainda fomos brindadas com prosecco, damasco, misturinha de nozes, castanhas, amendoins...




Para fechar o dia com chave de ouro, fomos jantar, com Chompré e o marido Beto, que já tinham chegado, no bem-recomendado Due Cuochi, na Rua Manoel Guedes, 93. Cheíssimo. E com fama merecida. As massas estavam deliciosas, assim como o couvert. Acompanhamos com bom vinho argentino.



Finalmente, dia de trabalho. Sexta, lançamento de nosso livro, pela EdUFF, na Bienal, no Anhembi, lotado. Um calor daqueles... Foram duas sessões, às 10 e às 15h. O contato com as crianças, como sempre, muito gratificante. Helena contou história, Iduína falou, sorteamos livros, interagimos. Demos ainda duas entrevistas, uma na Rede Boa Nova e outra na rádio da secretário de cultura de São Paulo. A entrevistadora, uma aluna da rede pública, estava nervosíssima e eu fiquei mais nervosa do que ela. Mas acabou tudo certo. Conferimos as novidades dos outros estandes e ficamos felizes em ver o comparecimento em massa de crianças e adolescentes, demonstrando que o interesse pela leitura está crescendo no nosso país.






O jantar comemorativo foi na Cantina Piero, tipicamente italiana...


Sábado, amanhecemos no Mosteiro de São Bento, para agradecer e pedir mais bênçãos. O Moteiro, que eu não conhecia, é diferente do aqui do Rio, mas também muito bonito. Dali, fomos conferir as novidades da Oscar Freire, passagem obrigatória. Na 284 e na Banana Price, não resistimos a umas comprinhas...



O almoço do sábado ensolarado foi ao ar livre, sob os ombrelones do restaurante Quinta do Museu, nos jardins do Museu da Casa Brasileira,na Av.Brigadeiro Faria Lima, 2705. Encontramos lá nossa amiga Vera Maria, que estava em São Paulo e almoçava com a família. A comida, brasileira, muito gostosa. Eu e Beto escolhemos uma carne assada que estava desmanchando, de tão macia. Mas o peixe feito no papillote da Tania, o frango marroquino de Idu e a rabada de Helena também estavam divinos. O brinde foi com cerveja bem gelada. O calor estava terrível! A sobremesa, doce de mamão verde em tiras e cocada, estava de comer rezando. Visitamos o museu, uma casa muito bonita, e fomos ao Shopping Iguatemi dar uma olhada. Fomos brindadas com a exposição Hollywood e a moda, com cópias de vestidos lindos usados na tela por Marilyn Monroe, Audrey Hepburn e Rita Hayworth - o preto longo, de Gilda, que maravilha, queria para mim - entre outras.




Na Sala São Paulo, que é uma beleza e tem uma acústica impecável, assistimos à Orquestra Sinfônica da USP, regida pelo maestro Roberto Tibiriçá. No programa, a suíte Piratininga, de Osvaldo Lacerda, que estava lá; o Concerto para violoncelo em Si menor, op.104, de Dvorak, tendo como solista o violoncelista Antonio Del Claro, aplaudidíssimo; e a Sinfonia número 3, em Fá maior, op.90, de Brahms. No intervalo, tomamos uma sopa de mandioquinha com alho poró muito gostosa.


Na volta, um atraso de uma hora no nosso voo pela Gol. Já está virando hábito... Deu tempo de tirar esta foto com o Super-Homem, que é o herói predileto de meu neto Rafael.

P.S. Das melhores coisas desta temporada paulista foi ser conduzida por um taxista baiano genial, que nos deu uma aula de bom senso e sabedoria falando dos políticos candidatos.

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