Carlos Miele escolheu para voltar às passarelas cariocas - seu último desfile no Brasil foi em 2003 - uma coleção supercolorida, com estampas geométricas inspiradas nas paisagens da cidade e nas formas arquitetônicas de Niemeyer. "Adoro o jeito descontraído e ao mesmo tempo sofisticado da carioca", declarou Miele. O cenário foi o salão de apostas do Jockey Club da Gávea, com styling de Felipe Veloso.
Preocupado com o meio ambiente, Miele lançou a primeira calça feita com bio denim, tecido brasileiro sustentável, produzido com sobras de algodão, fibras e fios reciclados. Usou o brilho dos pailletés com a descontração dos jeans. Vestidos curtos, superdecotados, com brilhos e estampas. Microssaias ajustadas em desenhos geométricos formados por pailletés, em jogo de fosco e brilho. Muita seda. Coletes com placas em prata e ouro sobre os vestidos. Aliás, a prata continua na moda. Os sapatos são bem fechados, saltos altíssimos. Blusas de organza são usadas com as calças bio denim em contraste de luxo e despojamento. Nos detalhes, correntes de canutilhos em movimento de colar sobre o corpo. Muitos drapeados e panejamentos. Destaque para o longo em seda amassada, plissada, em ouro velho, com detalhes de brilho.
Patrícia Viera dividiu a passarela com Miele e mostrou uma moda confortável feita com sua matéria-prima favorita: o couro. Trançado em macramé, navalhado a mão, vazado em forma de flor, tressé e envelhecido, o couro ganhou cores inspiradas no Marracos - menta, azul Fez e amarelo - ao lado de cáquis e beges combinados ao branco. Nas formas, shorts, jardineiras, macacão, túnicas e vestidos. As franjas continuam, assim como o brilho. A irmã de Patrícia, Andréa Delal, foi a sensação, voltando à passarela 27 anos depois, desfilando um longo em pelica jeans.
A Sta. Ephigenia escolheu o Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, para mostrar sua moda verão inspirada em Fernando Pessoa e no levantamento da flora e fauna brasileira, feito pelas missões estrangeiras – como a comandada por Langsdorf, no início do século XIX. Luciano Canale criou longos poéticos, soltos, em estampas de flores, folhas, raízes e pássaros tropicais, pesquisados do livro “Tempo da Flora”. Folhas de organza recortadas cobriam os chapéus. Nas saias micro, franjas. Os casaquinhos ajustados e mais curtos davam um toque retrô. O romantismo aparecia nos laços, rendas, tules. A transparência da renda entrava em contraste com o fosco do linho. Cintos finos marcavam a cintura. Bonitos, os bordados em cristal graúdo, como gotas de orvalho. Nos pés, solados de corda nas sandálias de lurex ou sapatos dourados, abotinados e amarrados. O dourado apareceu também em detalhes de brocado. Nas cores, lilás, amarelo, ferrugem, azul topázio, marrom, verde cana e off-branco.
Na platéia, Sandra Haegler, Claude Amaral Peixoto, Anna Sillos, Waleska Carvalho, Ignez Ferraz, Renata Fraga, Marcia Veríssimo, Ligia Azevedo, Sonia Simonsen, Maria Alice Celidônio, Teresa Barros, Gilmar Perez, Marco Rodrigues, Cristina Lips, Vania Badin, Yolanda Figueiredo, Cristina Aboim.
Amanhã tem mais, bye, bye...
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