A 26ª edição do Prêmio da Música Brasileira, que homenageou a diva das divas Maria Bethania pelos 50 anos de carreira, lotou ontem o Teatro Municipal, com direito à confusão na porta e portões fechados para evitar mais tumulto. Myriam Gagliardi me convidou para ir com ela e aceitei correndo. Adoro Bethânia, que sempre foi minha cantora favorita. Ficamos lá no alto, quase despencando - eu tenho vertigem de altura e mal olhava para baixo. Aquilo ali é um perigo! Deveriam colocar um anteparo de vidro! Mas esqueci tudo quando ela apareceu no palco, cabelos soltos, pés descalços, no alto de grande escultura de peixe dourado, cantando na abertura da noite, Dira Paes, grávida aos 45 anos, e Alexandre Nero foram os apresentadores, que disseram textos de Zélia Duncan, responsável pelo roteiro do show. Gringo Cardia, como sempre, assinou a cenografia., Quando Zezé Di Camargo e Luciano não apareceram para receber seu prêmio, Drica, que fez a mãe dos cantores no filme Dois Filhos de Francisco, rápida, comentou:“Pena que meus filhos não vieram… Vou levar esse troféu pra casa”, provocando muitos risos da plateia. Passaram pelo palco, interpretando músicas e textos de shows e discos da Abelha Rainha, Lenine, um dos cantores favoritos de Bethânia; Adriana Calcanhoto, Arnaldo Antunes e Chico César, parceiros dela; Roque Ferreira e Fabiana Cozza interpretando Santo Amaro, Imbelezô Eu e Coroa do Mar; Renata Sorrah declamando texto de Fauzi Arap; Zélia Duncan, cantando Rosa dos Ventos; Alcione, interpretando Negue, clássico do repertório da homenageada, aplaudidíssima; Leticia Sabatella recitando Quando o Amor Vacila; Johnny Hooker; Caetano Veloso cantando sua primeira canção interpretada por Bethânia, É de Manhã. Jackson Antunes declamou e cantou. Mônica Salmasso cantou trechos do CD Brasileirinho. Marienne de Castro, balé coreografado por Jarbas Homem de Melo, e Elisa Lucinda lembraram a ligação de Bethânia com o candomblé, cantando, dançando, recitando. Matheus Nachtergaele declamou Poema do Menino Jesus. E a diva, emocionada, agradeceu: “Eu chego para agradecer e louvar o vento, a água da minha terra, o chão que me sustenta é o palco. Agradecer às nuvens, que logo são chuvas, aos amigos que fiz, às crianças, aos jardins reais ou não, à cada folga, cada raiz, ao sol, à lua que, como Menino Deus, vira meus sonhos de pernas pro ar. Agradecer a tudo."
No palco, vista lá do alto
Myriam no tapete vermelho
Eu clicada por Myriam
Claudio Tovar, Virgínia Rosa e Luciano Quirino
Drica e a barriguinha
Os aplausos entusiasmados da Abelha Rainha, na plateiaCom Caetano
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