Há muitos anos não ia a Nova York. A última vez foi ainda antes do atentado de 11 de setembro. Quando me preparava para o embarque, passavam como filme na minha mente cenas de minhas viagens anteriores, o Natal passado lá, a festa do 7 de setembro, recordações boas, outras nem tanto, como quando perdi minhas malas voltando do Havaí, e fiquei olhando sem acreditar a esteira vazia, no aeroporto de Nova York.
Minha irmã Sylce e minha amiga Jane foram comigo. O vôo da TAM foi ótimo e o motorista que havíamos contatado pela internet estava nos esperando para levar ao hotel Wellington. Nosso quarto era duplo, com uma kitchenete e um sofá fazendo de sala. O hotel é antigo, mas foi reformado e é bem localizado, na 7a com a 57. Andamos muito a pé, mas usamos também o metrô, táxis e até tuc-tuc, aquelas bicicletas com cadeirinha que lembram a Índia e estão na moda na Big Apple.
Nosso primeiro dia foi caminhar pela 5a.Avenida. Acender vela e agradecer estar em Nova York, como todas as vezes que vou lá, na Saint Patrick, pedindo sempre para voltar. Matar as saudades do Rockfeller Center. Uma entrada na Saks, ver as vitrines com as novidades - o preto, o vermelho, o vinho, o azulão, roxo, o bege, estão com tudo, assim como os tacheados, as leggings, as bolsas imensas, as alças de correntes, as sapatilhas ou os saltos altíssimos, as meias foscas. Muitas pérolas. Ainda as lantejoulas. Uma passada na Trump Tower, ao lado da Tiffany's. Comemos no Friday's. Entramos no The Plaza Hotel, tiramos foto, conferimos a loja da Apple, a Fao Schwartz, o Columbus Circle e seu shopping novo, o Times Warner, com um mercado maravilhoso no subsolo. Reservamos um show de jazz para segunda à noite, no Dizzy's Club, da Coca-cola. De noite, comemos cachorro quente com coke, claro, sentadas em mesinhas na calçada. E desmaiamos de cansaço.
Sábado, nosso segundo dia, passeamos pelo Empire State, Macy's, demos um pulo e fizemos comprinhas no Bloomingdales. E rumamos para Times Square, para pegar o ingresso do Rei Leão, que tínhamos comprado pela internet. Ainda deu tempo de curtir a Toys'r us antes do show, que adoramos. Depois, lanchar no Starbucks embaixo do Marriott e voltar de tuc tuc para o hotel.
Domingo, acordamos cedo, tomamos café na cafeteria do hotel, como todos os dias, e pegamos um táxi para o Harlem, assistir à missa godspel da igreja Mount Meriah. Foi emocionante. Como cantam... Tinha um menino maravilhoso! Depois, conferimos as novidades da Marshalls e almoçamos no famoso Sylvia's, cheíssimo e animadíssimo, com música ao vivo e a própria Sylvia com a família recebendo os clientes. Dali, direto para o Metropolitan, encher os olhos com os impressionistas, a arte egípcia, grega... Ainda tivemos fôlego para passear pela Columbus Avenida, com seus cafés e lojinhas e dar um pulo no Lincoln Center. De noite, foi pizza perto do hotel e depois chocolate com menta da Giardelli, comida no quarto, enquanto fazíamos as contas e dividíamos as despesas, como todas as noites antes de dormir.
Segunda, fomos a Chinatown conferir as novidades da Canal Street. Almoçamos em Little Italy, numa tratoria bem simpática, sentadas na varanda, uma massa gostosa regada a bom vinho. Aliás, vinho foi nosso companheiro de viagem, nossa bebida mais assídua. Caminhamos até o Soho, demos uma olhada nas vitrines e voltamos para nos arrumar para o show de jazz da noite. Tínhamos marcado às 18h com Márcia, amiga da Jane, e seu simpático marido. O lugar tem uma vista linda da Columbus Circle. A cantora, uma canadense de 15 anos, Nikki Yanofsky, um fenômeno, além de linda. Tomamos uma sopa bem forte enquanto assistíamos a Nikki cantando. Foi uma noite muito gostosa...
Nosso dia de compras foi a terça. Contratamos um carro para nos levar ao outlet Woodburry, nos arredores da cidade, um mundo, com todas as grifes mais famosas e um preço lá em baixo. A estrada é muito bonita. Passamos o dia por lá, comemos no MacDonald e de noite voltamos exaustas.
Quarta, curtimos o MoMa, a New York Library e o Bryant Park, onde são realizados os desfiles de moda de Nova York, com seu Bryant Café, terraço ao ar livre super-simpático, e a Grand Central Station, com suas escadarias e o teto com desenho do zodíaco. Almoçamos uma boa salada lá e ainda curtimos um café italiano, grátis, porque havia uma exposição do turismo da Itália, com uma árvore de Natal interessantíssima, toda com enfeites de murano. Passamos na TKTS e compramos ingressos para ver South Pacific, no Lincoln Center, com o brasileiro Paulo Szot no papel principal. Ele está fazendo sucesso por lá. As músicas são lindas e a atriz principal, Laura Marie Duncan, é excelente. Ficamos num lugar ótimo, na orquestra. O musical é uma remontagem, se passa nos tempos da Segunda Guerra, e me fez lembrar papai e mamãe que moraram nos Estados Unidos na época, quando eu nasci em Washington...
Depois do teatro, jantamos hamburguer com vinho no P.J.Clark e fomos de táxi para o hotel, porque estava frio e nosso cansaço não permitia que andássemos mais.
Deixamos quinta, praticamente nosso último dia em NY, para irmos a Wall Street, à bolsa de Valores, à igreja Trinity, gótica, muito bonita, pegar o touro da bolsa à unha, visitar o Pier 17, com suas lojinhas e a vista melhor da ponte do Brooklin. Pegamos o barco para dar uma volta e ver de perto a Estátua da Liberdade e Nova York da perspectiva do mar. Na volta, almoçamos num restaurante bem bonitinho do Pier, comida italiana, claro, com vinho. E fomos ao Museu de História Natural, com seus dinossauros gigantes. Comemos uma panqueca com mapple e chá antes de subir para arrumar as malas e tentar dormir. Tinha que acordar às 4h para pegar o shuttle service para o aeroporto, rumo a Houston, ver meu netinho, minha filha e meu genro. Sylce e Jane ficaram para embarcar só de tarde, de volta para o Rio. Bye, bye, New York. Houston, I'm coming!...